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Marijuana: Efeitos do Uso no Comportamento Humano



Desde a última década, o uso global da maconha subiu 60%. Em 2019, 200 milhões de pessoas fizeram uso da maconha, e o número continua a subir. Mesmo assim, ainda sabemos muito pouco sobre as consequências da marijuana na cognição humana, seja por resultados de pesquisa conflitantes ou poucas evidências concretas dos seus efeitos a longo prazo.



Esse ano, Sorkhou, Bedder e George (2021) publicaram uma revisão sistemática que analisa 124 estudos conduzidos entre 1995 e 2020 sobre como o uso recreativo da maconha afeta a saúde mental. Eles identificam quatro áreas principais que são negativamente afetadas pela maconha.



1. Cognição


O uso crônico da marijuana impacta certos aspectos cognitivos, como a memória, a tomada de decisões, e a atenção. O uso excessivo leva a lapsos maiores de memória, especialmente entre participantes que começaram a usar ainda adolescentes.


Também descobriram que os problemas cognitivos que ocorrem enquanto os consumidores estão sob o efeito da droga eram maiores entre participantes que não criaram tolerância à marijuana.


2. Motivação


Por ser um conceito difícil de ser analisado de forma padronizada não há tanta evidência sobre o efeito da marijuana na motivação. Porém, as evidências encontradas mostram que o uso crônico pode levar à redução de motivação, à perda de desejo de trabalhar ou competir, e à diminuição de interesse em criar e cumprir metas.



3. Habilidade psicossocial


Um número consideravelmente alto de dados mostra que os jovens que usam maconha durante o desenvolvimento são menos propensos a terminarem o ensino médio ou completarem um curso superior. Estudantes do ensino médio que consomem a droga regularmente são menos propensos a ir às aulas, completar os trabalhos de casa, e atingir e valorizar boas notas.


Existe evidência que sugere que pessoas que começam a consumir na adolescência e que fazem um uso frequente da marijuana têm menos sucesso económico quando comparados à população geral.


Um estudo feito na Nova Zelândia acompanhou um grupo de crianças até à meia idade enquanto rastrearam o uso de marijuana. Os participantes eram mais propensos ao uso crônico quando os adultos foram diagnosticados com transtorno de conduta, tinham pais que também usavam, ou sofreram um trauma durante a infância. Participantes que usavam frequentemente como adultos eram mais propensos a sofrer problemas de saúde mental e abusar de outras substâncias.


4. Risco de transtornos psiquiátricos


Há evidências de que o uso frequente da maconha leva a problemas de saúde mental, mas o assunto é complexo e seu mecanismo não pode ser explicado com os dados que temos. Muitos estudos mostram que quanto mais maconha uma pessoa usa tendo começado na adolescência, mais propensos são de sofrerem sintomas depressivos. Porém os estudos são inconsistentes, e alguns não abordam outros fatores importantes, como uso de tabaco e álcool.


Os estudos sobre marijuana e ansiedade também são inconsistentes. Alguns mostram que o uso da maconha leva a sintomas de ansiedade. Mas outros estudos com canabidiol, ou CBD, mostram que a CBD auxilia na redução de ansiedade.


Porém, as evidências são claras em relação à psicose: há uma forte associação entre uso frequente da marijuana na adolescência e psicose, uma condição em que a mente perde contato com a realidade.


Em conclusão, os dados mostram que o uso da marijuana, especialmente quando frequente e/ou durante a juventude quando o cérebro ainda está em formação, leva a problemas de saúde mental que podem afetar as opções de educação e ocupação do consomidor.

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