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Sonhos - uma porta para o inconsciente?


Talvez seja uma pergunta que todos gostariam de ver respondida:


“O que significam os sonhos?”


Porque entramos num mundo de fantasia durante a noite?


Os sonhos podem ser assustadores ou reconfortantes. Neles, coisas fantásticas, ilógicas, impossíveis... podem acontecer.

A maioria dos sonhos é completamente esquecida e por isso algumas pessoas dizem que não sonham - o que acaba por não ser verdade.



FASES DO SONO


O ciclo do sono é um conjunto de fases que começam desde o momento em que a pessoa adormece e vão progredindo e tornando-se cada vez mais profundas, até o corpo entrar em sono REM.

Normalmente, o sono REM é o mais difícil de alcançar, mas é nessa fase que o corpo consegue realmente relaxar e na qual a taxa de renovação cerebral é maior. A maior parte das pessoas segue um padrão de fases de sono que começa por um sono mais leve e se torna mais profundo.

Depois de estar na fase REM, o corpo volta novamente a uma fase de sono leve. Este ciclo vai se repetindo ao longo de toda a noite, mas o tempo em sono REM vai aumentando em cada ciclo.


SONO REM


Nós sonhamos em média apenas uma a duas horas por noite. Isso acontece durante o sono REM.

REM é o acrónimo de rapid eye movement, ou seja, movimento rápido dos olhos e esta é uma fase do sono assim chamada porque nela os olhos movem-se rapidamente. Esta é a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos.

Em investigações, foi descoberto que se as pessoas forem acordadas imediatamente depois de um episódio de sono com movimentos oculares rápidos (REM) conseguem lembrar-se dos sonhos com boa precisão. Isto revela que, durante o sono, estamos conscientes, apesar de nem sempre nos lembrarmos da experiência.

O estudo das ondas cerebrais demonstra também que estamos muito ativos na fase de sono REM. Aliás, durante um sonho, a atividade cerebral é similar à das horas de vigília, ou seja, quando estamos acordados.


TIPOS DE SONHOS


Muitas pessoas falam de diferentes tipos de sonhos: alguns mais lúcidos, outros mais vagos, pesadelos e sonhos que nos deixam confortados.

Mas, incrivelmente, existem uma série de sonhos que são comuns a muitas pessoas, mesmo em diferentes culturas, por exemplo, o sonho de voar, de ficarmos repentinamente nus e isso trazer-nos um imenso sentimento de vergonha por estarem expostos aos outros, estarmos a ser perseguidos, estarmos a responder a um teste ou exame e não nos conseguirmos lembrar de nada, o sonho de termos dentes a cair ou estarmos a cair seja de edifícios muito altos para o chão ou para o fundo de poços escuros.

(Um aparte: aquele sobressalto – espasmo hipnagógico - que muitos de nós sentimos quando estamos quase a adormecer é algo diferente, aí não estamos numa fase profunda do sono REM. Existem algumas teorias que o tentam explicar (sem comprovação científica):


- Devido à redução gradual da atividade do nosso sistema nervoso à medida que adormecemos - à medida que os ritmos de respiração e batimento cardíaco desaceleram, a temperatura do corpo desce e a tonicidade dos músculos muda.


- Devido a uma interpretação errada do cérebro de que o relaxamento dos músculos é um sinal de que estamos verdadeiramente a cair e então envia sinais aos músculos para se tornarem mais tensos e nos protegerem da queda.)




INTERPRETAÇÕES DOS SONHOS


Inevitavelmente, existem várias propostas de interpretação dos sonhos.

Será que o sonho dos dentes indica que estamos preocupados com a nossa atratividade física? Ou será que significa dinheiro? Desejamos internamente que a fada mágica dos dentes apareça e nos dê grandes quantidades de dinheiro pelos dentes?


FREUD


Freud, pai da Teoria Psicanalítica, afirmou que os sonhos surgem a partir de conflitos internos entre desejos inconscientes e proibições sociais/morais contra a sua expressão em ações. Assim, todos os sonhos representariam desejos não conquistados cujo conteúdo está disfarçado por símbolos. Freud afirmava que os sonhos eram “a estrada real para o inconsciente”.


O que Freud fazia era interpretar os símbolos incluídos nos sonhos e criar uma narrativa com sentido que revelava estes supostos desejos.


Mas claro que todas as interpretações propostas por Freud são fortemente criticadas, até por ter baseado toda a sua teoria naqueles poucos sonhos (que são menos de 10%) que eram recordados pelos pacientes.

E, claro, mesmo baseando-se no livro dele, diferentes terapeutas apresentavam interpretações muito diferentes.


Para além disso, os sonhos parecem ter conteúdo muito semelhante em diferentes tempos e culturas, independentemente de serem culturas e tempos muito repressivos ou liberais – o que influenciaria diretamente os conflitos internos e os desejos das pessoas.



ESTUDOS RECENTES


Nos anos mais recentes, os investigadores têm apresentado explicações para o sonhar que não envolvem conflitos ou desejos inconscientes.


As descobertas indicam que na fase REM do sono:


- circuitos de neurónios ativos no cérebro simulam movimentos oculares rápidos

- o córtex cerebral está muito ativo

- existe paralisia muscular

- vemos imagens


Os olhos mexem-se de uma forma semelhante como se mexeriam caso a pessoa estivesse a vivenciar na realidade aquilo que está a ver nos sonhos.

As imagens contêm frequentemente memórias dos episódios que ocorreram recentemente na vida da pessoa ou nos quais a pessoa tem pensado ultimamente.

Isto acontecerá porque os circuitos estão mais excitados pelo seu uso recente.



CONCLUSÃO


Será que os sonhos fornecem insights sobre o nosso inconsciente?


Os sonhos expressam frequentemente aquilo que é mais importante na vida de uma pessoa e não um qualquer conceito de satisfação de desejos subjacente.



A Mental Health Clinic Isabel Henriques deseja-lhe uma excelente semana ;)



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